domingo, 6 de maio de 2012

O Código Da Vinci, de Dan Brown


Acho que já estou preparado para falar de Dan Brown mais uma vez. Quando é o nome deste autor que está em pauta, cabe ao resenhista apenas saber que está pisando em um campo minado. Um dos autores mais controversos da atualidade, seus livros têm um público-alvo bem específico, mas mesmo assim conseguem gerar opiniões diferentes. Ou gosta ou não gosta, não existe um meio termo. Antes de falar deste livro em específico, vou abranger as obras de Brown por um todo e explicar a quem nunca leu o que te espera ao abrir a primeira página de um de seus romances.

Primeiramente, há duas coisas para se saber: primeiro, todos os livros dele são guias de viagens narradas. Da beleza artística de Paris à arquitetura majestosa de Washington D. C., Brown cria uma trama meticulosa (todos os livros têm o mesmo sistema de narrativa: conforme o tempo passa, os personagens vão descobrindo novas pistas e se enrolando cada vez mais em uma teia de intrigas) repleta de curiosidades - e essa é a segunda coisa a se saber - sobre temas polêmicos, com fraternidades antigas, segredos e simbolismos. 

Antes de qualquer reboliço, é indispensável afirmar que os livros de Brown são feitos para leigos. Pois sim, esse é o público-alvo. Mas não me interprete mal, eu também me encaixo nesta lista. Em matéria de simbologia, poucos no mundo não são leigos (tanto é que a prova está na estimativa de vendas de seus livros). O Código da Vinci e seus parentes são a fórmula de Dan Brown para ganhar dinheiro ao divulgar seu conhecimento como historiador em uma trama fictícia que, querendo ou não, acaba te conquistando se você tem o interesse pelo assunto. Afinal, não é interessante saber que a pirâmide construída no pátio do Museu do Louvre foi feita pelo presidente francês conhecido como Esfinge (porque ele inundou a cidade com símbolos egípcios) com 666 vidraças; o "número do Satã", bem na capital da França, um dos berços do cristianismo no mundo? Ou que a Igreja Católica erradicou os símbolos de deuses pagãos transformando-os em símbolos demoníacos (como o Tridente de Poseidon e o pentagrama)?

Aliás, são essas curiosidades e a astúcia de Brown em bater de frente com congregações poderosas, como a Opus Dei e a Maçonaria, que fazem o livro, porque, se dependesse de seus personagens, eles não venderiam nem em banca de rodoviária. Robert Langdon, que faz o papel de Dan Brown - um simbologista de Harvard - é um dos personagens mais sem sal que eu já tive o desprazer de conhecer. Pra completar, Dan Brown, assim como faz nos outros dois livros, insere uma mulher cujo parente próximo morre e está sedenta pela verdade, aqui chamada Sophie, cujo avô, Jacques, é assassinado dentro do Museu do Louvre. Ao menos em O Código da Vinci ele insere um dos melhores personagens que ele já criou: o pesquisador Leigh Teabing, que tem um papel importantíssimo na trama.

Resumindo, como sempre o faço, O Código da Vinci é como qualquer outro livro de Dan Brown. É um livro comercial, o que não impossibilita o prazer de uma boa leitura, com uma narrativa que segue à risca o estilo do escritor. A razão de tanto alvoroço ao redor desta obra, e o motivo pelo qual virou best-seller mundial, é que consegue atingir o público-alvo (os leigos e curiosos) prometendo falar sobre um dos segredos mais bem guardados da humanidade: a relação de Jesus Cristo com Maria Madalena e o segredo do Santo Graal. Se é verdade ou não, só saberemos caso o tal Priorado de Sião resolva abrir a boca, porque se você espera que Dan Brown faça isso, pode esquecer, isso está bem longe da capacidade dele e de qualquer um de nós.

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